Texto produzido com base no tema de redação da Fuvest 2018, denominado "Devem existir limites para a arte?", e que apresentava em seus textos de apoio notícias a respeito da exposição Queermuseu, cancelada devido a protestos de grupos religiosos e do Movimento Brasil Livre (MBL).

(Foto: https://veja.abril.com.br/blog/rio-grande-do-sul/veja-imagens-da-exposicao-cancelada-pelo-santander-no-rs/)
Na segunda metade do século XIX, surgiu o movimento que impulsionou as Vanguardas Europeias: o Impressionismo. Muito diferente de retratos fiéis da realidade, esse grupo de artistas fortemente criticados por uma burguesia conservadora, ousavam das cores fortes para enfatizar que não deveriam existir limites para a arte. Tal fato, dois séculos a frente, ainda é necessário ser reafirmado diante de uma classe que insiste em impor regras à criatividade.
De regimes democráticos a ditatoriais, a arte é uma forma, por vezes implícita, de apresentar uma perspectiva individual, e singular, de observar o mundo. Dessa forma, tal manifestação artístico-cultural, ainda que feita para chocar, intencionalmente ou não, um público, é retrógrado demais que seja censurado, uma vez em que é uma liberdade de expressão.
Além disso, é válido ressaltar como outro argumento primordial as diversas interpretações que uma obra pode assumir a partir de pessoas e suas vivências distintas. Nessa perspectiva, não cabe a um determinado grupo decidir sobre o que deve ser feito, e o que deve ser descartado, em uma manifestação artística. Pois, tal fato, foge da imparcialidade.
Portanto, a arte e as mais variadas formas que pode assumir, desde o Impressionismo aos fatos mais recentes, não deve ser limitada a regras a partir da percepção de um grupo de pessoas. Assim, polêmico ou aclamado pelo público, cabe ao artista o seu direito de expressão.
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