
Quando jovem, sentia a necessidade de estar estabelecida um quanto antes, e pensava sobre isso o tempo todo. Quando namorava, costumava idealizar e moldar a pessoa à minha maneira crendo que ela estaria ali pelo resto da minha vida. Bem, era o que eu realmente queria que fosse verdade, mas não foi.
Planejava cada passo minuciosamente. Entraria na faculdade aos 18, começaria a trabalhar no mesmo ano. Mudaria de estado, e faria pós graduação em outro país. Aos 30, casaria e teria filhos. Aos 40, já seria destaque em uma emissora de televisão. E quando meus objetivos eram frustados pela imprevisão do tempo, sentia-me chateada. Mas de fato, se as coisas fossem à nossa maneira, seriam muito mais fáceis. Entretanto, a graça da vida e o gosto por ela é justamente ir em busca daquilo que se deseja, é aceitar que as coisas se modificam a todo instante.
Oras, se a vida fosse uma constante serva atendendo nossos pedidos o tempo todo, a minha seria uma completa confusão. É simples entender: aos 10 anos, eu desejava ser uma cantora famosa. Aos 15, eu só queria estar com quem amo pelo resto da vida. E aos 20, mal posso imaginar o que será.
Percebe? Não dá para planejar cada passo de nossas vidas. Nós podemos sim estabelecer objetivos, imaginar o futuro, mas não se agarrar à uma história que gostaríamos que fosse exatamente sobre o que desejamos para o que virá. Quando focamos muito no que está por vir, esquecemos de algo essencial: viver o presente. Então eu aceito! Aceito cada decepção, erro, surpresa, dúvida que surgirá daqui para frente. Aceito viver um dia de cada vez. Sem expectativas ou ilusões.
Comentários
Postar um comentário