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Empatia superficial: a face do século XXI



Texto inspirado na proposta de redação da Unesp 2016, cujo tema foi "Publicação de imagens trágicas: banalização do sofrimento ou forma de sensibilização?". 





Ano a ano, as redes sociais são "bombardeadas" por imagens trágicas acompanhadas de enormes textos redigidos por indivíduos que se dizem indignados. Entretanto, o modo como tornou-se comum esse ato, proporcionou não mais a sensibilização diante do fato, e sim, a banalização do sofrimento.

Ao estar diante de mídias que expressam o horror, cria-se uma empatia superficial. Não há, na maioria dos casos, interesse real em ajudar ou mudar o que é retratado, apenas ser sensibilizado por alguns minutos e, por meio do compartilhamento, fortalecer um ativismo que não se estende para além do ambiente virtual.

Desse modo, de acordo com a afirmação de Kant, na qual "O homem é aquilo que a educação faz dele", ao tornar comum a divulgação de imagens violentas, não somente é banalizado o ato, mas educa-se a sociedade para ser insensível e, somente, reproduzir o senso comum.

Portanto, a publicação de imagens trágicas fomenta a banalização do sofrimento alheio, estimulando um ativismo que se limita ao meio virtual. Assim, a empatia superficial predomina por trás de textos que circulam nas redes sociais.


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